A sustentabilidade no ciclo de vida do produto é algo essencial para o sucesso das empresas nas metas ESG. Descubra como implementar esse conceito!

As ações que incentivam a sustentabilidade nunca estiveram tão em alta. Uma das razões para esse foco está relacionada às estratégias ESG (environmental, social and governance) que ganham força no mundo corporativo. Entre as práticas que englobam o ESG e promovem a sustentabilidade, está o ciclo de vida do produto. 

Neste artigo, explicaremos com maiores detalhes o que é esse ciclo. Falaremos também sobre a sua relação com a sustentabilidade e como impacta na gestão das empresas. Confira os próximos tópicos!

O que é o ciclo de vida do produto?

Explicando de maneira simples, o ciclo de vida do produto é um conceito que reúne todas as etapas de um sistema produtivo. Ainda de acordo com Norma Brasileira (NBR) – ISO 14001:2015, produzido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o ciclo de vida do produto envolve os procedimentos de transformação da matéria-prima (input inicial) em um produto final (output final).

Dessa forma, as fases de produção (projeto, produção, transporte, entrega, uso, tratamento pós-uso e descarte) geram o menor impacto possível no meio ambiente. Isso ocorre por meio da incorporação de modelos produtivos ecológicos e sustentáveis baseados em inovações tecnológicas. 

Um exemplo de prática sustentável inserida no ciclo de vida do produto é a eficiência energética.Nesse contexto, a empresa pode utilizar energias limpas (solar, eólica ou biomassa) em todas as fases de produção. Dessa forma, se reduz o gasto com a energia elétrica vinda das hidrelétricas e termelétricas (que não são consideradas fontes sustentáveis).

Mas por que toda essa preocupação com a sustentabilidade e o ciclo de vida do produto? Segundo um dados publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os últimos anos têm sido os mais quentes da história. Se nada for feito, o aquecimento global pode atingir níveis alarmantes nos próximos anos.

Qual é a relação do ciclo de vida do produto e a sustentabilidade?

O ciclo de vida do produto é essencial para a gestão ambiental e a inserção da sustentabilidade nas empresas. Quando isso acontece, se cria uma rede de valor que engloba o produto, as fases produtivas e a organização. No caso das empresas, esse valor vem por meio do aumento da visibilidade da marca no mercado financeiro.

Na prática, essa valorização atrai investidores, parceiros de negócios e novos consumidores. Quanto ao produto, se torna mais ecológico e rentável para o negócio – uma vez que reduz os custos de produção. Para inserir a sustentabilidade no ciclo produtivo, é necessário realizar a Análise do Ciclo de Vida (AVC).

As técnicas e metodologias utilizadas na AVC impactam todo o processo produtivo: levantamento dos efeitos relacionados à extração de recursos, operações industriais de produção, uso, distribuição e disposição final de resíduos. Quanto aos itens que são quantificados nesta avaliação, podemos destacar:

  • Água;
  • Energia; 
  • Matéria-prima;
  • Resíduos sólidos;
  • Efluentes líquidos;
  • Emissão de gases.

Por meio dessa avaliação criteriosa, a empresa identifica os aspectos que precisam ser melhorados a fim de elevar o desempenho ambiental dos produtos. Além disso, a AVC ajuda as organizações a se adequarem às práticas produtivas com exigências legislativas e metas ESG. 

Na outra ponta dos benefícios gerados pela AVC em relação à sustentabilidade, estão os consumidores. Devido às informações claras divulgadas nas embalagens dos produtos e publicidade da marca, eles conseguem optar por itens mais sustentáveis e com baixo impacto no meio ambiente.

Como o ciclo de vida impacta a gestão das empresas?

Conforme dados divulgados pelo Pacto Global Rede Brasil, muitas empresas estão investindo nas práticas ESG. Na Europa, até 2025, estima-se que 57% dos ativos de fundos mútuos estarão relacionados ao ESG – um total de U$$ 8,9 trilhões. 

Já no Brasil, os fundos financeiros ESG captam um valor em torno de R$ 2,5 bilhões. Outra informação interessante indica que 77% dos investidores institucionais planejam não comprar mais produtos que desrespeitam os critérios ESG.

Nesse cenário, fica evidente a necessidade das organizações implantarem as metas ESG voltadas para o meio ambiente. Essas metas são duas:

  • Assumir – ações que adotam uma abordagem preventiva, proativa e responsável para os problemas ambientais;
  • Desenvolver – práticas e iniciativas que promovem ou disseminem a responsabilidade socioambiental.

Podemos afirmar que o ciclo de vida do produto ajuda a empresa a atingir essas duas metas. Como isso é possível? A resposta está na ISO 14001:2005. Segundo esse documento, para serem considerados sustentáveis, as organizações precisam implementar, controlar, estabelecer e manter processos que atendam aos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

Esse sistema prevê meios para a redução dos impactos ambientais; sem a necessidade de reduzir a produtividade das atividades empresariais. Tal postura é também conhecida como “desenvolvimento sustentável”. Aplicando no ciclo de vida do produto, o uso das técnicas SGA e dos preceitos ESG, favorece as seguintes ações:

  • Estabelecimento de requisitos ambientais para a aquisição de serviços e produtos;
  • Determinação de estratégias para o controle dos requisitos ambientais no projeto de desenvolvimento de um serviço ou produto. Nessa etapa, é necessário considerar todos os estágios do ciclo de vida do produto;
  • Comunicação dos impactos ambientais gerados com o transporte, entrega, utilização, tratamento, pós-utilização, bem como a disposição final dos serviços e produtos;
  • Aviso sobre todos os requisitos ambientais para as pessoas contratadas, fornecedores, parceiros de negócios, investidores e consumidores.

Planejamento e gestão de fatores de risco para a sustentabilidade 

Existem alguns aspectos relacionados ao ciclo de vida do produto que podem impactar negativamente na sustentabilidade. Porém, a adoção das medidas certas, ajuda a empresa a controlar esses aspectos. Vejamos exemplos de fatores de risco e respectivas medidas de controle.

Fatores de riscoMedidas de controle
Matéria-prima com propriedades nocivas ao meio ambiente.Implementação de técnicas seguras de manejo durante o processo de fabricação.
Embalagens que demoram anos para se decompor na natureza.O descarte deverá ser feito em locais apropriados. Na descrição da embalagem, a empresa pode orientar o consumidor final nesse sentido.
Produtos com altos níveis de periculosidade. O transporte deve ser feito com base nos requisitos técnicos de segurança para cargas perigosas.

Enfim, as práticas sustentáveis relacionadas ao ciclo de vida do produto se encaixam bem nas necessidades da sociedade moderna. Afinal, precisamos lutar contra os danos ambientais. Utilizando esse conceito, temos certeza de que o futuro das próximas gerações estará garantido.Entendeu a relação da sustentabilidade com o ciclo de vida do produto? Aproveite para conhecer a Go4 – consultoria de negócios que ajuda as empresas a aprimorar a governança corporativa. Assine nossa newsletter e receba nossos conteúdos assim que forem publicados!