Não é novidade para ninguém que o setor agrícola tem uma representatividade enorme para o PIB brasileiro. Em pouco mais de duas décadas, o PIB agrícola saltou de USD 122 bilhões para aproximadamente USD 500 bilhões — crescimento de 310% no período, o que representa um crescimento real de 6,6% ao ano¹.

Esse crescimento foi possível com muito investimento em:

  • Novas técnicas de plantio;
  • Desenvolvimento genético de sementes;
  • Tecnologia de precisão na aplicação de insumos;
  • Equipamentos modernos;
  • Softwares de monitoramento.

O acesso a linhas de crédito e a novos mercados, bem como instrumentos financeiros e de comercialização como contratos físicos, títulos de crédito, derivativos e mecanismos de securitização/financiamento, também ajudaram a impulsionar o agro brasileiro.

Por outro lado, o crescimento do setor passou a exigir a utilização de instrumentos de gestão mais eficazes, substituindo controles manuais por sistemas mais complexos que permitem o controle total dos processos de plantio, custeio, armazenagem, investimentos e comercialização das safras.

Apesar de todo o esforço e investimentos realizados pelos empresários rurais, ainda existem desafios a serem superados:

  • Barreiras comerciais e protecionistas;
  • Mercados cada vez mais exigentes;
  • Leis ambientais rigorosas;
  • Acesso a capital com custos mais acessíveis.

Para isso, elementos de Governança Corporativa podem auxiliar os empresários rurais na organização e gestão de seus negócios. A Governança traz transparência, equidade, responsabilidade corporativa, além de estabelecer processos que permitem o acompanhamento constante do desempenho e rentabilidade.


Instrumentos de Governança no Agro

A adoção de ferramentas como Conselho Consultivo, Planejamento Estratégico, Sistemas de Gestão, Orçamento Anual ou por Safra, Plano de Investimentos e Planejamento Sucessório (familiar ou profissionalização) permite uma gestão mais eficiente de temas essenciais ao segmento, como:

  • Crédito: Acesso a linhas e instrumentos mais estruturados, baratos e com prazos mais longos.
  • Tecnologia: Introdução de novas ferramentas e equipamentos, essenciais para produtividade, rentabilidade e perpetuidade dos negócios.
  • Capital Humano: O agro é complexo, com altos investimentos e riscos diversos. Exige profissionais capacitados para tomar decisões que gerem valor e minimizem riscos.
  • Câmbio: Uso de instrumentos como seguros, hedge e contratos futuros para reduzir perdas na produção e comercialização.
  • Contratos: Análise e gestão eficiente de contratos de custeio, comercialização e investimentos são cruciais para evitar passivos e prejuízos.
  • Gestão: Acompanhamento de todas as etapas do processo com indicadores de desempenho confiáveis para embasar decisões.
  • Patrimônio: Gestão patrimonial estruturada que traga segurança ao empresário, sem comprometer o capital de giro da operação.
  • Planejamento Sucessório: Tema muitas vezes negligenciado no agro, mas essencial para a continuidade do negócio. Deve ser planejado e discutido no ambiente familiar e corporativo.

O tema Governança ainda é novidade no ambiente do agro, mas tende a se tornar cada vez mais presente nas discussões do setor. Ele estabelece regras, metas e objetivos claros, promovendo transparência e credibilidade para um segmento estratégico da economia nacional.

Agro não é só trabalho árduo.
Agro não é só tecnologia.
Agro é eficiência na entrega de resultados e transparência na gestão.

¹ Fonte: ISTOÉ Dinheiro, CNA, CEPEA.


Marcos Lima
Diretor Associado | GO4! Consultoria